PARA TODOS OS EX-COMBATENTES, FAMILIARES E AMIGOS DA C CAÇ 2505
domingo, 22 de dezembro de 2013
quarta-feira, 18 de dezembro de 2013
ENCONTRO GRADUADOS 2002 BAT CAÇ 2872
-ENCONTROS C CAÇ 2505-
ENCONTRO GRADUADOS BAT CAÇ 2872 EM LEIRIA 2002
Foi no dia 10 do mês de Outubro do ano de 2002, que se realizou no Restaurante O Casarão, em Leiria, o 1º. ENCONTRO DE OFICIAIS E SARGENTOS do nosso batalhão.
Esta iniciativa começou a germinar num anterior encontro de graduados, da nossa companhia irmã 2504 neste mesmo ano, dando fruto neste aprazível restaurante, na bela cidade do rio Lis.
Encontro bastante concorrido, onde principalmente a CCS marcou natural presença. Com receio de poder errar por omissão, estiveram presentes pela 2505, os nossos ex-camaradas João Ferreira, Seguro, Simões, Cardoso e eu próprio.
Independentemente dos encontros anuais, realizados em separado por cada uma das companhias do batalhão, onde todo "o pessoal" se conhece, este teve um significado especial, porque os oficiais e sargentos tiveram, alguns desde que entraram na vida militar, uma relação muito próxima, intensificando com ela, também, o conhecimento e a camaradagem. Quero com isto dizer, que excluo completamente, a realização deste evento como um acto elitista. Esta situação foi trazida à discussão, ficando agendado realizar-se para muito próximo pela primeira vez, para ver o que dava, um grande encontro extensivo a todos os oficiais, sargentos, praças, seus familiares e amigos do Batalhão Caçadores 2872.
Voltando a falar do presente convívio, foi digno de se ver a alegria estampada nos rostos dos ex-camaradas, que já não se viam desde o nosso desembarque no Cais da Rocha em Lisboa, após a nossa missão de quase 26 meses em terras de Angola.
Dado o sucesso, ficou presente em todos nós que apesar de todos os outros, estes encontros deveriam repetir-se.
Não possuindo mais nada para melhor retratar este acontecimento, consegui remexendo no sótão das recordações algumas fotos empoeiradas, que vou passar a postar. Deliciem-se passados que foram dez anos...
JM
Encontro bastante concorrido, onde principalmente a CCS marcou natural presença. Com receio de poder errar por omissão, estiveram presentes pela 2505, os nossos ex-camaradas João Ferreira, Seguro, Simões, Cardoso e eu próprio.
Independentemente dos encontros anuais, realizados em separado por cada uma das companhias do batalhão, onde todo "o pessoal" se conhece, este teve um significado especial, porque os oficiais e sargentos tiveram, alguns desde que entraram na vida militar, uma relação muito próxima, intensificando com ela, também, o conhecimento e a camaradagem. Quero com isto dizer, que excluo completamente, a realização deste evento como um acto elitista. Esta situação foi trazida à discussão, ficando agendado realizar-se para muito próximo pela primeira vez, para ver o que dava, um grande encontro extensivo a todos os oficiais, sargentos, praças, seus familiares e amigos do Batalhão Caçadores 2872.
Voltando a falar do presente convívio, foi digno de se ver a alegria estampada nos rostos dos ex-camaradas, que já não se viam desde o nosso desembarque no Cais da Rocha em Lisboa, após a nossa missão de quase 26 meses em terras de Angola.
Dado o sucesso, ficou presente em todos nós que apesar de todos os outros, estes encontros deveriam repetir-se.
Não possuindo mais nada para melhor retratar este acontecimento, consegui remexendo no sótão das recordações algumas fotos empoeiradas, que vou passar a postar. Deliciem-se passados que foram dez anos...
JM
CMDT, 2ºCMDT, OFICIAL OPERAÇÕES, MÉDICO E FAMÍLIAS
OFICIAIS, SARGENTOS E FAMÍLIAS
domingo, 15 de dezembro de 2013
OUTROS CONVÍVIOS
-NOTÍCIA-
Esta semana não foi publicado no CM, qualquer encontro de militares. Neste período do ano, dada a aproximação do Natal, é pouco habitual a realização destes convívios. Vamos agora postar os PE relativos aos dois últimos sábados.
No próximo ano passaremos a postar estes encontros, no próprio sábado em que foram publicados no CM.
JM
terça-feira, 10 de dezembro de 2013
ENCONTRO GRADUADOS 2002 C CAÇ 2504
-ENCONTROS C CAÇ 2505-
ENCONTRO GRADUADOS C CAÇ 2504 EM MAFRA 2002
Apesar de não ser um convívio da nossa companhia, mas pela presença de alguns dos seus graduados vamos, também, publicá-lo na página dos "Encontros da C Caç 2505".
Há já alguns anos, que esta companhia irmã organiza a nível nacional, um almoço/convívio anual, extensivo a todos os seus graduados e respectivos familiares.
Com algum receio de errar, lembro que há mais ou menos 28 anos, este encontro, passou a realizar-se por iniciativa de alguns furriéis milicianos daquela companhia. A ele chamaram-lhe o encontro dos furriéis. Mais tarde este convívio foi alargado a todos os graduados, com a inclusão de todos os outros sargentos e oficiais.
Foi no início do mês de Maio de 2002, que recebi o convite para furriéis da C Caç 2505 também estarem presentes. Este convite, também foi extensivo às outras companhias do batalhão. Estiveram presentes pela 2505, o Cardoso , Simões e eu próprio.
O almoço decorreu num agradável convívio, de grande amizade e camaradagem. Para além do nosso conhecimento pessoal após a formação do nosso batalhão (especialidade dada aos ex-camaradas praças no RI2), a que se seguiu algum convívio em Angola, sempre que as nossas companhias se juntavam, muitos de nós já nos conhecíamos, não só da nossa recruta, mas também, da especialidade e outros cursos.
Grande troca de ideias e opiniões ficando no ar a hipótese da realização, para mais tarde, de um grande encontro para todos os oficiais e sargentos do Batalhão de Caçadores 2872. Num futuro próximo, também poderia haver lugar, a um encontro de todos os oficiais, sargentos e praças do nosso batalhão.
Conforme anteriormente referi, embora este almoço/convívio não seja da iniciativa exclusiva da nossa companhia, dado o interesse decidimos postá-lo, assim como, para futuro passaremos também a trazer ao vosso conhecimento, os encontros mais significativos, onde elementos da C Caç 2505, também estejam presentes.
Para melhor documentar, aqui estão algumas fotos desta confraternização.
JM
CONDE E SILVA,CORREIA E JORGE |
O BOLO COMEMORATIVO |
sexta-feira, 29 de novembro de 2013
O QUE AINDA NÃO FOI DITO SOBRE A GUERRA DO ULTRAMAR
-OPINIÃO-
Poderá parecer paradoxal falar ou escrever sobre um tema associado à guerra colonial, quando nao vivenciámos, de forma direta, os acontecimentos, nem estivemos expostos a experiências tão absurdas e desumanas como as que ouvimos relatar aos verdadeiros sujeitos dessa guerra. Tendo essa circunstância como motivo mais imediato para a nossa reflexão, não deixaremos, no entanto, de aludir a toda uma geração de homens e mulheres que experimentou os efeitos dolorosos desse acontecimento humilhante da nossa história. Mas perguntar-se-á: terá sido a dor menos intensa e injusta para os que a viveram do lado de cá? Sabemos que a guerra do ultramar provocou muito sofrimento e não apenas aos que a viveram do lado de lá do mar. Em termos éticos, políticos e sobretudo humanos, provocou, continua a provocar efeitos diferidos enquanto passado ainda tão presente.
Mas, em todo o caso, o que nos importa neste texto não é abordar os diversos modos humanos de sofrer, cartografando o grau de intensidade da dor. Na verdade, a dor e o sofrimento são experiências profundamente singulares, complexas e íntimas, daí a impossibilidade de se avaliar quanto vale uma dor. Todos sabemos que o acontecimento da guerra, enquanto acontecimento, foi vivido como um mal e como uma ameaça à pessoa humana e ao seu projeto de vida, estigmatizando as linhas de uma experiência de profunda rutura com o presente. Cá e lá ficámos mergulhados num tempo não cronológico, riscado a lápis em calendários inertes que regulavam um quotidiano disfórico e decetivo, pois a ausência tinha levado consigo o futuro. Era como se o fio da história ficasse suspenso pelo tempo da incerteza e pelo medo da perda.
Sim, o medo imaginado e/ou real que era imanente tornava-se todos os dias numa ameaça iminente. Em verdade, vivíamos num receio permanente de receber más notícias. Sabíamos que o lugar do outro estava marcado pela vulnerabilidade, pelo acidente e pela morte.
Somos o único ser que procura dar forma ao medo, para que o possamos superar. O medo remete para uma reação perante uma ameaça concreta, identificável, pelo menos nos seus contornos mais evidentes. Conhecendo as causas que geram o medo, é possível classificá-lo, catalogá-lo e, progressivamente, racionalizá-lo tendo em vista dissipar a estranheza nele contida.
Quando o medo ultrapassa esses limites, isto é, quando se transforma numa ameaça abstrata ou indefinida, escapa às leis da lógica e coloca o homem à beira do abismo, numa situação de absurdidade, atormentando-o impedindo-o de ter uma vivência de bem-estar, transformando-se o medo em angústia e agonia, assumindo uma amplitude maior e causando uma desconforto emocional muito grande. Um mal que leva o sujeito, muitas vezes, a bater no fundo, esgotando-lhe a vida e calando-lhe a voz. Este silêncio tem a violência expressiva de um grito que primeiro foi recalcado e depois, a pouco e pouco, foi sendo esquecido porque recordar provoca dor.
Os traumas da guerra estão ainda por supurar, o que na opinião de Eduardo Lourenço é "um caso de inconsciência coletiva".
A guerra colonial, enquanto acontecimento histórico, levanta ainda grandes interrogações, nunca foi reintegrado num discurso de saber. Na verdade, à boa maneira portuguesa, o caminho foi obliterar e assumir uma atitude de amnésia, lançando um nevoeiro sobre os factos, atribuindo-lhes um certo ar de «normalização», como se não existissem culpados nem culpa.
Todavia, muito já se escreveu sobre a guerra do ultramar, mas a sua verdadeira história está ainda por fazer. Essa "resistência" coloca-se particularmente ao nível do testemunho, isto é, da deitização do "eu-aqui-agora". De facto, o testemunho faz-se sempre na primeira pessoa, e numa primeira pessoa insubstituível, única, que presenciou e/ou viveu os acontecimentos que constituem o conteúdo do seu depoimento. Daí que a história não seja um mero registo mimético e passivo dos acontecimentos do passado e da imagem dos objetos e das pessoas.
A construção da história deve ser plural e não ter um sentido único. No fundo, aquilo a que parece legítimo renunciar é ao exclusivismo de uma perspetiva que elimine a diferença, lançando na sombra o que se não inscreva nessa linha. Na verdade, não se tem memória de maior solidão do que aquela que é instaurada pela indiferenciação, isto é, quando anulamos a alteridade do Outro, fazendo da nossa imagem o reflexo de nós mesmos.
Nesta conformidade, é necessário fazer a história oral da guerra do ultramar, recuperando os testemunhos pessoais dos verdadeiros protagonistas dessa guerra, através das suas próprias memórias. Não se esquece, no entanto, que o indivíduo ao lembrar o tempo vivido, fá-lo sempre de forma seletiva, esquecendo uns factos, excluindo outros, de forma consciente ou inconsciente.
Sendo embora parcial e subjetiva, a memória oral é indispensável para conferir dignidade histórica e «descontaminar» os registos oficiais que relatam os acontecimentos da guerra, utilizando, para o efeito, uma só face da moeda.
Imagem: O GRITO DE EDVARD MUNCH - 1893
Leonor Santos
Sim, o medo imaginado e/ou real que era imanente tornava-se todos os dias numa ameaça iminente. Em verdade, vivíamos num receio permanente de receber más notícias. Sabíamos que o lugar do outro estava marcado pela vulnerabilidade, pelo acidente e pela morte.
Somos o único ser que procura dar forma ao medo, para que o possamos superar. O medo remete para uma reação perante uma ameaça concreta, identificável, pelo menos nos seus contornos mais evidentes. Conhecendo as causas que geram o medo, é possível classificá-lo, catalogá-lo e, progressivamente, racionalizá-lo tendo em vista dissipar a estranheza nele contida.
Quando o medo ultrapassa esses limites, isto é, quando se transforma numa ameaça abstrata ou indefinida, escapa às leis da lógica e coloca o homem à beira do abismo, numa situação de absurdidade, atormentando-o impedindo-o de ter uma vivência de bem-estar, transformando-se o medo em angústia e agonia, assumindo uma amplitude maior e causando uma desconforto emocional muito grande. Um mal que leva o sujeito, muitas vezes, a bater no fundo, esgotando-lhe a vida e calando-lhe a voz. Este silêncio tem a violência expressiva de um grito que primeiro foi recalcado e depois, a pouco e pouco, foi sendo esquecido porque recordar provoca dor.
Os traumas da guerra estão ainda por supurar, o que na opinião de Eduardo Lourenço é "um caso de inconsciência coletiva".
A guerra colonial, enquanto acontecimento histórico, levanta ainda grandes interrogações, nunca foi reintegrado num discurso de saber. Na verdade, à boa maneira portuguesa, o caminho foi obliterar e assumir uma atitude de amnésia, lançando um nevoeiro sobre os factos, atribuindo-lhes um certo ar de «normalização», como se não existissem culpados nem culpa.
Todavia, muito já se escreveu sobre a guerra do ultramar, mas a sua verdadeira história está ainda por fazer. Essa "resistência" coloca-se particularmente ao nível do testemunho, isto é, da deitização do "eu-aqui-agora". De facto, o testemunho faz-se sempre na primeira pessoa, e numa primeira pessoa insubstituível, única, que presenciou e/ou viveu os acontecimentos que constituem o conteúdo do seu depoimento. Daí que a história não seja um mero registo mimético e passivo dos acontecimentos do passado e da imagem dos objetos e das pessoas.
A construção da história deve ser plural e não ter um sentido único. No fundo, aquilo a que parece legítimo renunciar é ao exclusivismo de uma perspetiva que elimine a diferença, lançando na sombra o que se não inscreva nessa linha. Na verdade, não se tem memória de maior solidão do que aquela que é instaurada pela indiferenciação, isto é, quando anulamos a alteridade do Outro, fazendo da nossa imagem o reflexo de nós mesmos.
Nesta conformidade, é necessário fazer a história oral da guerra do ultramar, recuperando os testemunhos pessoais dos verdadeiros protagonistas dessa guerra, através das suas próprias memórias. Não se esquece, no entanto, que o indivíduo ao lembrar o tempo vivido, fá-lo sempre de forma seletiva, esquecendo uns factos, excluindo outros, de forma consciente ou inconsciente.
Sendo embora parcial e subjetiva, a memória oral é indispensável para conferir dignidade histórica e «descontaminar» os registos oficiais que relatam os acontecimentos da guerra, utilizando, para o efeito, uma só face da moeda.
Imagem: O GRITO DE EDVARD MUNCH - 1893
Leonor Santos
domingo, 24 de novembro de 2013
LUNGUÉ-BUNGO - A ILHA
-TESTEMUNHO-
No leste da então "Província Ultramarina de Angola", muito perto daquele quadrado que entrava pela antiga Zâmbia, corria e corre o rio Lungué-Bungo, nome também atribuído ao local onde passámos alguns meses, na parte final da nossa comissão de serviço.O RIO LUNGUÉ-BUNGO |
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