Um
camarada Furriel, tinha passado férias, no “puto”, depois de um ano complicado na
guerra de Angola, dividido entre a intervenção na rede de Luanda e o Dange. As
férias tinham sido ótimas, onde confraternizou com familiares, amigos e a
namorada que tinha deixado na terra, situada nesta bonita zona do nosso país (ver
mapa da região), mas passaram rápidas.
De
regresso a Angola, a sua companhia encontrava-se no mato, e o Furriel não lhe
apetecia regressar aquelas paragens, já que o fim daquela missão, estava preste
a terminar, e o seu regresso a Luanda estava para breve. Então começou por a
fazer conjeturas, “se me apresento no Batalhão, mandam-me para junto da minha
companhia, ou em alternativa, fico no batalhão, e tenho de pagar essa estadia
com inúmeros serviços”.
Pensou
então: “e se não me apresentar? Tenho uns amigos em Luanda, com um apartamento
que posso dividir com eles e assim livro-me de ir para o mato e dos serviços no
batalhão”, e se bem pensou melhor o fez, mas existia uma dificuldade, não tinha
dinheiro para a alimentação, rapidamente resolveu o problema, conhecia o
Furriel gerente da messe de oficiais e sargentos do batalhão, seria fácil
convencê-lo a facilitar essa pretensão, e tomar as refeições na messe, falou com
o camarada, e ficou tudo acertado.
Dormia
até meio da manhã, levantava-se e apanhava o machimbombo militar na Mutamba e
dirigia-se à sede do batalhão no Grafanil, onde conforme o combinado, saboreava
as magníficas refeições, que eram ali servidas, ao fim da tarde voltava a tomar
o mesmo transporte de regresso a Luanda para as noitadas com os amigos, e assim
passaram 20 dias, antes do regresso da companhia, decorrido esse tempo,
apresentou-se para retomar a sua atividade normal.
-
Mas,
acontece que o camarada Furriel, gerente da messe, o procura e diz-lhe: “Oh
camarada ainda não pagaste as refeições que tomaste na messe”.
-
O
camarada Furriel perguntou:
-
“Então,
mas tenho de pagar?”.
-
O
camarada Furriel, gerente da messe, respondeu:
-
“Claro,
camarada, andaste “desenfiado” e ainda querias comer à borla?”
E
assim o camarada furriel não teve outro remédio senão pagar a dívida (ver
recibo).
Texto:
F Santos
Nota:
Os locais, personagens e factos desta “estória” de ficção, não são mera
coincidência, férias em Portugal, casa de Luanda, almoços no Grafanil, Machimbombo,
tudo isto existiu.
Fica
aqui o desafio ao camarada furriel, para que faça um apelo à sua memória, e
conte a verdadeira história dos almoços que teve de pagar na messe de oficiais
e sargentos do Batalhão.
F.Santos
Transcrevemos na íntegra, como comentário, o texto do autor que acompanhou este testemunho:
ResponderEliminarOlá amigo!
Estou a mandar-te uma "estória", que tinha enviado para análise prévia, a um camarada.
Não gostou, mas surpresa, vou encontrar esta narrativa publica num blogue nosso conhecido, sem pagar os direitos de autor, autêntica traição.
Um abraço
FS
Uma vez que sou o visado, transcrevo aquilo que disse no blogue (www.ccac2504.blogspot.pt) o blogue da 2504
ResponderEliminarA imaginação fértil de um Vagomestre
Encontrei no meu arquivo da "Guerra da 2504", um recibo cuja história não recordo. Por se tratar de almoços, enviei uma cópia a um vagomestre, o Fernando Santos da 2505.
Armado em Sherlock Holmes e mesmo sem lupa, não tardou a deslindar o mistério à sua maneira.
Será Verdade? Será Mentira? Sinceramente não faço a mínima ideia.
O Manuel Pimenta identificou-se como o furriel "desenfiado". Eu vou identificar o furriel gerente da messe de oficiais e sargentos do batalhão, já que consta a sua assinatura no recibo, é o furriel miliciano Pinto Ferreira da CCS - Companhia de Comando e Serviços.
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