O
programa das festas, iniciou-se com uma missa matinal a cargo do nosso capelão,
tenente João Araújo, a que não assistimos, mas não atribuímos a isso o que nos
veio a acontecer mais tarde.
Um dos
pontos altos eram as comemorações desportivas, com a realização dum torneio de
futebol inter-batalhão, fizemos o primeiro jogo que ganhámos e passamos à
final, onde íamos defrontar a equipa da CCS, que também tinha vencido o
primeiro encontro.
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LANCE DUM JOGO DAS COMEMORAÇÔES |
No
jogo da final, tudo nos correu mal, fomos goleados, por números que já não nos
recordamos, mas pior do que isso, no decorrer do jogo, ao saltarmos a uma bola
alta junto da nossa baliza, fomos embater num dos postes (os postes das balizas
nessa época, eram de construídas de barrotes de madeira, com esquinas em forma
de paralelepípedo), provocando-nos um corte, mais ou menos longo, que nos levou
ao Hospital Militar de Luanda, acompanhou-nos nessa viagem o Furriel Gabriel
(chefe da enfermaria da nossa companhia).
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EQUIPA DE FUTEBOL DA C CAÇ 2505 |
No
Hospital Militar, fomos suturados com dezassete pontos (ainda temos do lado
esquerdo da cabeça as marcas desse infortúnio), a anestesia à base de éter, não
foi suficientemente eficaz, e, os últimos pontos, causaram-nos uma dor
horrível, que tínhamos a sensação que nos arrancavam o couro cabeludo. De vez
em quando o sargento enfermeiro, que fazia a cirurgia, perguntava se doía, mas
como queríamos que aquilo terminasse o mais rapidamente possível, respondíamos
abanando a cabeça que não. Finalmente terminou...
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HOSPITAL MILITAR DE LUANDA |
Regressados
ao Grafanil, e como não tomámos qualquer sedativo, as dores eram imensas, já
não jantamos, nem conseguimos assistir ao ponto mais alto das comemorações, que
constava de um espetáculo de variedades, como sempre abrilhantado pelas
senhoras e meninas do Movimento Nacional Feminino, pensamos que com alguns
artistas da “rádio”, mas isso já não nos recordamos, mas que foto ao lado
documenta.
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ARTISTA DA RÁDIO
Na ocasião terão sido distribuídos alguns quilos de aerogramas, não podemos afirmar que tenha acontecido assim, mas era com o que nos presenteavam nessas ocasiões, nas visitas às unidades militares.
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AEROGRAMA |
Para nós, estas comemorações, já tinham terminado sob o
signo do azar!!!
Fotografias: F. Santos e livro do Batalhão 2872
Texto: F. Santos
Transcrevemos o mail do autor que acompanhou este "Testemunho":
ResponderEliminarOlá amigo!
Tenho andado desaparecido, mas não em combate, regressei com mais um acontecimento do nosso tempo africano.
Um abraço amigo!
HÁ ALTURAS EM QUE TUDO ACONTECE
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