-FARDA OU FARDO?-
Já esperando o socorro indispensável, eles, deslocando-se rapidamente, o que
demonstra a sua grande capacidade operacional (ou outro grupo articulado?), vêm
colocar nova mina anti-carro a uns bons quilómetros da anterior, a montante. A
viatura pesada, Berliet, que, por precaução, se deslocava à testa da coluna,
seguida dos Unimogues, acionou o dispositivo. O pessoal salta imediatamente
para a berma, toma posições de combate no terreno e aguarda a emboscada … que
não aconteceu. Fica uma Secção a cuidar da viatura agora inoperacional e avança
outra Berliet para a frente para se continuar a tarefa de socorro. Chegados ao
local, monta-se a necessária segurança e os mecânicos avaliam a possibilidade
de eventual reboque para a Coutada. Concluem que, depois duns arranjos
provisórios, mas morosos, com material entretanto já por si transportados,
seria possível concretizá-lo. Estes homens faziam, por vezes, autênticos
milagres na picada, sem ferramenta adequada resolviam problemas aparentemente
insolúveis. O pessoal seguiu o seu destino, juntos, os “nossos” para Serpa
Pinto e os maçaricos para o
Destacamento do Luengue. A Berliet veio rebocada para o nosso Aquartelamento.
Entretanto, a segunda Berliet inoperacional permaneceu no local ainda mais um
dia, com a respetiva segurança, até também ser rebocada, depois de adaptações
para o efeito.
O CONDUTOR, DE PÉ, ATRÁS DO HOMEM QUE SEGURA A G-3. O JOÃO SILVA, CMDT DO GC, DE ÓCULOS ESCUROS |
Nada similar havia acontecido
até aí. Fase evolutiva por parte deles
ou meras ações intimidatórias? Seria para aumentar a pressão sobre a Companhia
recém-chegada? Provavelmente a última hipótese, porque a função do MPLA naquela
área era de mero apoio logístico à SWAPO, portanto não estariam interessados em
contacto direto com as NT. Todavia, a tropa agora chegada teria que fazer uma
reavaliação da situação e atuar em conformidade, como mandam as regras
militares.
Carlos
Jorge Mota
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