sexta-feira, 23 de março de 2012

ALMOÇO GRADUADOS DA ÁREA LISBOA DO BATALHÃO 2872

Realizou-se no passado dia 20 do corrente mês de Março, mais um almoço de confraternização dos oficiais e sargentos do Batalhão de Caçadores 2872, residentes na área da Grande Lisboa.
Convívio agradável onde apareceram dois ex-combatentes, o R Rodrigues e o C Neves, que já não víamos há algum tempo.

Foi tempo de recordar muitas coisas passadas, umas mais agradáveis, outras menos agradáveis, que confesso que na sua grande maioria já não recordava.
Estiveram presentes neste convívio dez elementos dos doze que inicialmente estavam previstos. Pela CCS responderam à chamada o R Rodrigues, A Medrôa e o C Neves; pela 2504 o C Silva, M Pimenta e J Severino; pela 2505 o C Pimpão, L Oliveira e J Merca; finalmente pela 2506 o Temudo Pereira. 
Tratando-se de um almoço convívio para a área da grande Lisboa, é de notar que todas as companhias se “fizeram representar”, pelo menos por um elemento.











Por motivos de força maior não estiveram presentes o Giga Coelho, Tacão Monteiro, F Costa,  J Sarzedas, V Rodrigues e A Gabriel que enviaram para todos os presentes votos de um bom convívio, com um abraço amigo e de camaradagem.
Até ao próximo

JM

quarta-feira, 14 de março de 2012

QUANDO SE TEM QUATRO DEDOS NA MÃO

A Viatura Atascada

O episódio que vou contar, passou-se na Região dos Dembos, no norte de Angola e estávamos no final do ano de 1969. Por vezes a Companhia tinha a missão de acompanhar, escoltando, o MVL (Movimento Viaturas Logística).

Estávamos na época das chuvas e nesse dia lá foram o primeiro e o terceiro pelotões, escalados para escoltarem uma coluna de algumas viaturas civis.
Em local que já não consigo recordar, um desses camiões atascou na picada lamacenta e cheia de água, junto a uma viatura militar que transportava pessoal do terceiro pelotão e lá tivemos de parar mais uma vez.


Após efectuada a segurança próxima, alguma rapaziada que seguia nesta viatura logo se aprontou para retirar o camião daquela situação, pois já estávamos fartos de dormir na picada.


Neste grupo de pessoal estava o nosso amigo Colaço, que se destacou no esforço de rapidamente retirar o rodado da viatura do buraco em que caíra. O motorista da viatura atascada, reparou no grande labor que o Colaço, efectuava para resolver o problema que acou por exclamar:
-- Òh nosso!!! Você já merecia uma cerveja!
Claro que o Colaço de pronto respondeu:
-- Já cá estão a faltar!!!!!!

Tudo se resolveu e quando chegámos ao nosso destino, que também já não recordo, o motorista cumpriu a promessa e pagou as cervejas ao nosso amigo Colaço, que após acabar de beber tão precioso líquido e com pressa de arrancar, agradeceu e esticando a mão ao motorista exclamou:
-- “Muito obrigado, amigo e dê cá Mais cinco”!
Ao que o homem respondeu:
-- “Mais cinco, não, são só mais quatro”!

O motorista só tinha quatro dedos na mão direita.

J Merca



sábado, 10 de março de 2012

O FITTIPALDI DO DANGE

O Furriel Brito tentava convencer o Pixad’aço, (alcunha do condutor da 504), insistia até, pois queria aprender a conduzir. Um dia o condutor acedeu, porque no meio da picada onde estávamos, numa zona tão larga como aquela, não devia haver perigo. Umas voltas para a direita, outras para a esquerda, marcha-atrás e marcha á frente, e eis que o Algarvio se convence ser, quem sabe, um Emerson Fittipaldi.

Dois dias depois, estava agendada uma ida a Quibaxe para fazer o reabastecimento. Calhou mesmo bem para não esquecer tudo o que assimilou. No reabastecimento anterior, uma vez mais tomamos conhecimento de que o soldado Tavares além de bom no fandango, no trabalho, era exímio no safanço. Segundo informações, depois da distribuição das tarefas, poucos minutos após, deixava para os colegas a tarefa de carregar as Berliets. O Brito e eu combinamos, que este amigo teria desta vez, o privilégio de carregar sozinho o camião. Quanto mais rápido o fizesse, mais rápido ia passear. Pelos vistos, não recebeu a punição de bom grado, pois reparei que as grades de cerveja saltavam, porque, zangado, corria com o carrinho de mão carregado, direito á viatura galgando o enorme desnível existente entre o cais e o camião ainda vazio. Afinal até demorou pouco, e pode divertir-se de consciência tranquila.

Chegou a hora do regresso. Equipados a rigor, e com a atenção redobrada no local a que muitos chamavam “a figueira” onde sofremos um ataque, mais uma vez, “lindos, porcos e bons” chegamos sãos e salvos ao Dange. Não sei porquê, mas o meu pelotão destacava-se da restante Companhia e da Engenharia não por sermos melhores nem piores, mas porque sozinhos, residíamos no lado de lá do rio, na outra margem. Mesmo antes de atravessar a ponte e ansiosos por um reconfortante banho, todo o mundo entrava na água, excepto como era já habitual, um mínimo de soldados para descarregar os cunhetes dos morteiros da bazuca, e os das balas da G3. De imediato constou que o condutor era o Brito mas eu não acreditei. Desviei-me para o lado por causa de uma árvore que me tapava a visão, e prestei redobrada atenção. Quase em uníssono dissemos: É pá! O gajo é maluco. Não tardou muito para ver surgir do nada, um Unimog com uma pessoa montada, e quando os dois já no ar em queda livre, estavam abaixo do nível do solo, o Brito em desespero, formou um salto enorme ficando em desequilíbrio lá no cimo rodando os braços, enquanto que o carro se espatifava, a cerca de 30 metros abaixo.




Que acontecera? O Brito “sem Eu saber como” até lá foi bem, o mal foi resolver fazer a inversão de marcha no cimo do socalco (local onde residíamos). Para um veterano era difícil, mas para o marafado era bife. Pelos visto quando recuou, meteu as rodas traseiras do Unimog na vala de escoamento das águas. Três pedais e só dois pés. Como fazer? Resolveu então meter o acelerador de mão ao fundo, e quando largou a embraiagem, sem saber como, o maldito saltou.

M Pimenta

sexta-feira, 9 de março de 2012

QUARTEL TANCOS-CASAL DO POTE - A MINA


Agora para frequentar o Curso de Minas e Armadilhas. Andava mesmo com azar.

Como tinha o curso de Formação de Serralheiro podia ter ido para Mecânico mas não fui. Como tinha o curso de Especialização de Desenhador Industrial podia ir para a Engenharia quem sabe Desenhador, também não fui. Como trabalhava nos Telefones, podia ter ido para transmissões mas não fui. Sem padrinhos, fui para Atirador e agora o Curso de Minas e Armadilhas. Mas tudo bem, vamos a eles.

O director do curso era o Capitão Grilo. As aulas iam decorrendo sem grandes percalços.

A margem não é larga. Só se erram duas vezes: a primeira e a última. Todo o cuidado é pouco. O risco é iminente.

É obrigatório gritar bem alto, três vezes a palavra Fogo, sempre que se “explode” algo. A obrigação dos outros é “esconder “e aguardar.

Por vezes ouvia-se, Fogo Fogo Fogo a todo o momento, em diversas direcções. Era o pessoal treinando.Uma mão cheia de pregos de aço, um petardo no meio, fita isoladora á volta, um detonador com um bocado de cordão, e era suficiente para fazer uma granada improvisada de efeitos devastadores. Os mais audazes, sabendo que o cordão lento ardia á velocidade de um centímetro por segundo, podiam arriscar mais cortando menos.

Certo dia um incauto foi espreitar o porquê de uma granada de fumos ter falhado depois de activada. Além de chamuscado ia ficando cego, pois não se toleram deslizes.

Para não alongar e no que me diz respeito, recordo o dia em que fiz prova das minhas capacidades de montagem e simulação. Calhou-me uma Mina Portuguesa. Era composta por cerca de 100 a 150 bocados de verguinha de ferro da construção civil, com um centímetro e meio de comprimento e um pequeno petardo de trotil “TNT”. Tudo dentro de uma caixa de chapa, semelhante às usadas na costura pelas nossas avós, envoltos em cera derretida para não “chocalhar”.

Era altura das chuvas, o terreno estava ensopado. Sozinho, com o capacete de ferro “tipo nazi” bem apertado no queixo conforme o exigido, analisei o terreno em volta, meti a mina de lado e “mãos á obra”,comecei a abrir o buraco. Quando feito, reparo que exagerei no tamanho. Aterrei um pouco, meti a Mina, e á sua volta ataquei com as pedras “seixos” que tinha retirado. “Reconstruí” a paisagem por cima e ao redor, estendi o arame de tropeçar, rosquei a espoleta, atei-lhe o arame, com mil cuidados afastei-me, dando por concluída a montagem. Depois falei bem alto! Trabalho concluído meu furriel.

Ok. Vamos lá todos verificar a montagem do Pimenta.

Está frio, está morno, está quente. Era assim que dávamos as indicações para controlar o avanço dos camaradas. Por vezes mandava parar o pessoal; é que bastava pestanejar e parecia que o maldito fio camuflado desaparecia na vegetação mas como estava a ser observado não podia olhar directamente, senão a Mina era logo descoberta. Depois de disfarçadamente confirmar, mandava avançar. Até que…Atenção! Agora Está a Ferver.

Formados em “U”, dizia o furriel: Muito bem, um belo serviço. Meus senhores agora afastar. Como de costume, é o próprio instalador que puxa o arame em vez de tropeçar.

Certíssimo. Sou neste caso quem puxa o arame, quero pois “estourar” a Minha Mina.

Éramos um trio de amigos quase inseparáveis, os dois Simões e Eu. Por agora ficava ali para, com calma, dar tempo aos que se aproximaram do lado direito do arame, se escondam do lado direito, e os do lado esquerdo, no lado esquerdo. Sempre foi assim.

Inexplicavelmente, um dos Simões corre, esquecendo-se que estava de um lado, e quis juntar-se ao Zé Simões do outro.

CUIDADO! Alguém gritou. Tentei lançar-me ao chão quando, de imediato a explosão. Seguiu-se o silêncio. Senti um calor enorme no rosto, o meu capacete desapareceu, não sentia a cara, pus a mão e ficou cheia de terra ensanguentada. Os colegas todos no chão. Levanta-se um gritando estou cego estou cego, a seguir outro deitando sangue pelo pescoço às golfadas, um terceiro de capacete na mão corria direito ao quartel. De seguida apareceu de carro o capitão Grilo. Andava perto e ouvindo o grito seguido da explosão suspeitou que algo de grave tinha acontecido.

Entramos no carro e lembro-me de não ter coragem de me olhar no espelho retrovisor. Não devo ter a metade do lado direito. Via o sangue nos outros. O capitão ralhava. Ao fim de algumas tentativas e de um camarada me garantir que tudo estava bem, olhei finalmente. Foi um alívio. Fiquei feliz. Apesar do sangue, vi que tinha nariz, orelha e tudo, só estava dormente. Não ganhei para o susto. A cerca de três metros de distância, se aqui estou descrevendo o sucedido penso que se deve talvez, á fraca potência da Mina e às pedras que “ataquei” de volta, que impediu a projecção dos “estilhaços”. Levados para o quartel dos Paraquedistas de Tancos comecei aí a fazer a extracção de objectos estranhos á caróla.

O problema agora, vai ser chegar a casa, e “dar a volta” para enganar os meus Pais quando virem o meu estado. Mais experiente, depois de me ouvir, o meu Pai chamou-me de lado e diz-me: confessa lá a verdade.


Mesmo assim recebi o crachá Argúcia e Audácia desaparecido em combate, e o diploma como a foto demonstra.




Para que tu meu amigo, não julgues que fiquei a partir de agora com um parafuso a menos, Eu te digo: Estás muito enganado. É que acabei a guerra com dois parafusos a mais.~

M Pimenta

quinta-feira, 8 de março de 2012

ALMOÇO CONVÍVIO DA CIA EM 2012

Como é do conhecimento geral, o almoço convívio da nossa Companhia realiza-se sempre no sábado, antes ou depois do dia 8 de Maio, data da nossa partida no paquete Uíge, para a então Província Ultramarina de Angola.

Assim, queremos lembrar todos os ex-combatentes da C Caç. 2505, familiares e amigos, que o nosso próximo almoço deverá realizar-se no sábado dia 12 do próximo mês de Maio.

Oportunamente vamos divulgar o local para mais este encontro, acrescentando mais este,  aos muitos já realizados.

Agradecemos a todos, que dentro do possível, possam reservar este dia, para poderem estar presentes na nossa reunião anual.

Até lá e esperando que este encontro, seja o mais participado de todos já efetuados, enviamos as  nossas

Saudações Amigas
A Comissão Organizadora
JM

quarta-feira, 7 de março de 2012

UM VAGOMESTRE “INGÉNUO”!!!

História de um tabuleiro…
Era início de tarde, tínhamos acabado de montar o acampamento, depois de termos feito o percurso entre a Fazenda Maria Fernanda e o Dange, bem junto à ponte ainda em construção.

Ponte Rio Dange

A mudança, corria bem, tudo estava no seu lugar, até que fomos confrontados com a necessidade de fabricar o pão, tão importante como imprescindível, numa refeição. Parecia existir, tanto os ingredientes, como o equipamento, necessários, para que nada pudesse perturbar a nossa estadia (ainda que curta, naquele lugar), parecia, porque estava faltando um tabuleiro, que segundo o padeiro, não seria possível levar esta tarefa a bom porto.
Cozinha De Campanha
Informado o Comandante de Companhia, rapidamente chegámos a uma “solução”, foi chamado o carpinteiro, que garantiu que a partir do corte duma árvore, conseguiríamos as tábuas suficientes para fazer um tabuleiro. Providenciamos uma escolta, uma viatura e respetivo condutor, com o vagomestre e o carpinteiro (munido dum serrote), e assim, seguimos para o interior da mata. Procuramos aí, uma árvore que satisfizesse os nossos objetivos, mas desiludidos, chegámos à conclusão, que por aquele meio, não conseguiríamos cumprir, a nossa tarefa, regressámos então ao acampamento. 
Aí chegados, surpresa, o padeiro fabricava o tão desejado pão, que colocava num tabuleiro para fermentar e de seguida ir ao forno.

Como seria possível construir um tabuleiro,a partir duma árvore verde, num espaço de tempo tão curto!? Só mesmo, dum vagomestre “ingénuo”!!!


F Santos



ALMOÇO CONVÍVIO DA CCS DO BAT 2872

Por informação do nosso amigo A Medroa, tivemos conhecimento que este ano o Almoço da CCS, se realiza no dia 19 do próximo mês de Maio, no Restaurante Serra E Mar, na Sra da Saúde da Serra, em Vale de Cambra.

Esperando que esse dia significativo para toda a rapaziada daquela companhia decorra o melhor possível, deixamos aqui o nosso abraço amigo e de camaradagem de todo o pessoal da C Caç. 2505.

JM

segunda-feira, 5 de março de 2012

O CAMARADA QUE POLUIA O RIO!!!


Depois da partida de Lisboa, com passagens pelo Campo Militar do Grafanil, pelas matas do rio Dange, norte de Angola, novamente no Grafanil, onde “festejamos” o 1º. Aniversário, Nambuangongo, Rio Zenza, partimos para o leste, com paragens em Camgumbe, Canage e Lucusse, chegámos finalmente, à nossa última etapa, por terras de Angola, no Lunguebungo.

FOTO 1 - SECANDO NA CORDA
Fazíamos, então, proteção à “JAEA”, na construção da estrada Luso-Gago Coutinho, um certo camarada participava com frequência, com o seu pelotão, na referida proteção, e quando regressava destas missões só se lhe via os olhos depois de tirar os óculos, o resto era só pó. Então em vez de se dirigir ao aquartelamento, ia diretamente para o rio, entrava na água completamente vestido, para uma primeira lavagem, saía de seguida e esfregava-se com sabão, tanto no corpo, como no camuflado, até onde alcançava, tudo isto presenciado por outros camaradas, - que todos os dias rumavam ao rio, para o banho, muitas vezes bi-diário - mergulhava novamente nas límpidas águas do rio para a lavagem final, desta maneira, o camarada não necessitava de lavadeira! Escusado será dizer que o rio ficava completamente poluído.

Depois, “secava”, ora na corda (Foto 1), ora deitado sobre o capim (foto 2).

FOTO 2 - DEITADO SOBRE O CAPIM
Fotos cedidas por: João Merca
Texto: Fernando Santos

NOVO ENCONTRO DE EX-CAMARADAS OFICIAIS E SARGENTOS DO B CAÇ 2872

CIRCULAR

Caros Amigos

Vai realizar-se, conforme combinado no passado mês de Dezembro, um novo almoço convívio de todos os ex combatentes Oficiais e Sargentos, do B Caç. 2872, com residência em Lisboa e concelhos limítrofes.

A partir das 12H00 do próximo  dia 20 de Março, contamos com a tua presença no Café Império, na Av Almirante Reis em Lisboa.

Para efeitos de logística, esperamos a tua adesão a este evento, o mais rápido possível para este endereço, ou para o telm +351 919 099 182 begin_of_the_skype_highlighting            +351 919 099 182      end_of_the_skype_highlighting.

end_of_the_skype_highlighting
-- 
Saudações amigas
jM