domingo, 20 de dezembro de 2015

BOAS FESTAS 2015


SÃO OS NOSSOS VOTOS PARA TODOS OS COMBATENTES, FAMILIARES E AMIGOS DA C. CAÇ. 2505

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

MARIA FERNANDA ...UMA DOLOROSA RECORDAÇÃO

 -TESTEMUNHO-

Embarcámos em Lisboa, no dia 8 de maio de 1969, a bordo do paquete Uíge, com destino à cidade de Luanda, Angola, onde chegámos a 21 desse mesmo mês. Permanecemos no Grafanil cerca de 3 semanas, entretanto, participámos no desfile do 10 de junho, que ocorreu naquela cidade.

Partimos quase de imediato para os Dembos, passando pela Fazenda Maria Fernanda, onde ficámos apenas alguns dias, antes de seguirmos para o nosso destino final, o Dange. Foi nesta curta estadia, cuja duração, se bem me lembro, não terá ultrapassado os 3 dias, quando aconteceu um episódio que teve tanto de inesperado e absurdo, como de trágico, o que dificulta traduzi-lo em palavras neste relato pessoal.

Acampámos no cimo duma encosta a Nascente da Fazenda, num espaço em declive, na parte de baixo existia a picada e um vale, em frente erguia-se uma nova encosta, que devia distar do local onde nos encontrávamos cerca de 1 KM em linha reta, no cimo dessa encosta eram visíveis algumas bananeiras.

FAZENDA MARIA FERNANDA
No segundo dia de permanência na Fazenda, a 20 de junho de 1969, ao final da tarde, encontrávamo-nos junto ao espaço reservado à cozinha, quando tudo começou: estava uma ligeira brisa, o sol refletia-se na folhagem das bananeiras da encosta em frente, o vento fazia com que a folhagem das referidas bananeiras se movesse, provocando sombras difusas em movimento. Este cenário, levou-nos a imaginar e a acreditar de que aquelas sombras seriam o inimigo (vulgo “turras”) a passar de um lado para o outro, alinhando-se para um ataque surpresa. Iludidos pelo medo e pela inexperiência, fomos induzidos a organizar uma operação de reconhecimento e neutralização do “inimigo”.

Não sei bem como foi tomada esta decisão, lembro-me que partiram duas colunas, - o recrutamento terá sido feito na base do voluntariado -, uma seguia pelo lado norte e outra pelo lado sul, sob o comando do Alferes Franco. Nós continuámos junto da cozinha, - o jantar era, as inevitáveis salsichas com arroz -, onde o cozinheiro Albertino (Ponte de Lima), mexia o arroz com uma enorme pá de madeira. Ficaram por ali também o 1º Cabo cozinheiro Carlos Pereira e os cozinheiros Orlando e Rodrigues, o Furriel Simões, penso que o Furriel Merca também estaria, entre muitos outros camaradas, tanto das especialidades, como atiradores, que se juntaram, observando com alguma ansiedade o que se passava com os camaradas que participavam na já referida operação.

Os que ficaram, iam fazendo alguns comentários, uns pró, outros contra, relativamente à presença dos “turras”, mas parece-me que a tese do contra seria a mais consistente e teria mais adeptos, no entanto, uma coisa é certa, havia uma cisão nas opiniões que íamos tecendo. Estávamos nestas conjeturas quando se ouviu um tiro, seguido dum tiroteio intenso, que demorou poucos minutos, seguido de um silêncio opaco e assustador. Cerca de meia hora depois, quem tinha ficado no acampamento, teve conhecimento da tragédia, que se saldava por um morto confirmado, o Manuel Tavares e um ferido com certa gravidade, o Albano.

Há várias teses sobre o que aconteceu no local, mas a mais provável, terá sido o desencadear de um tiroteio na frente das duas colunas, uma contra a outra, por um disparo inicial, inadvertido.

Hoje, à distância de 45 anos, não se percebe muito bem, porque desencadeámos esta insólita operação, quando no local, existia uma Companhia, que estava ali instalada havia muito tempo e tinha como missão proteger a Fazenda. A nossa Companhia estava apenas em trânsito para o Dange.

FAZENDA MARIA FERNANDA: O NOSSO ACAMPAMENTO SERIA AO CIMO DESTA RAMPA
Texto: F. Santos

Fotos: Pesquisadas na NET

PS. Alguém que tenha participado nesta operação deveria contar a sua versão dos acontecimentos, já que esta é uma visão parcial de quem permaneceu no acampamento e os presenciou de fora.
FS.

segunda-feira, 9 de novembro de 2015

MISSÃO EM ANGOLA

-NOTÍCIA-
Estamos a transcrever na íntegra em página própria, uma publicação do Estado Maior do Exército datado do ano de 1967, composta e impressa nas então Oficinas Gráficas da S P E M E.

Missão em Angola é uma monografia da época sobre aquela então Província Ultramarina, cuja dissertação reflete o ano em que foi publicada, com informação aos combatentes da sua missão, do aspecto físico, humano e económico daquele território, além de algumas notas de aspecto prático e militar.
Recorrendo a um esforço de memória, pensamos que esta monografia só foi distribuída aos combatentes oficiais e sargentos, talvez ainda a bordo do paquete Uíge.

Como última nota, decidimos,  dado o já muito danificado estado do livro, só digitalizar as fotografias e alguns mapas, esperando que esta iniciativa seja do agrado dos nossos seguidores.
JM

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

ENCONTRO 2015 C CAÇ 2505

- ENCONTROS C CAÇ 2505 -
ENCONTRO C CAÇ 2505 EM POMBAL 2015 

Ainda o dia não tinha começado a clarear e já estava praticamente pronto para iniciar a viagem de Lisboa a Pombal, para mais um encontro anual da nossa Companhia. Praticamente pronto, porque ainda faltavam uns pormenores relacionados com a organização de mais este evento.

As oito horas chegaram rapidamente e era o momento de passar por Sete Rios para apanhar Madeira Costa. Após os cumprimentos habituais, dirigimo-nos ao Terreiro do Paço, onde perto deste local na estação fluvial, já nos esperava o Fernando Santos.

Viajando junto ao Tejo, passando pelo Parque das Nações, apanhamos a A1 e não mais parámos até Pombal. Durante a viagem trocavam-se as conversas habituais, principalmente com o M Costa que não víamos há dois anos. Já tínhamos passado a área de descanso de Leiria, quando recebi o telefonema do António Sousa, que nos informava já ter chegado à estação ferroviária de Pombal. Eram dez horas quando apanhámos o A Sousa e quando chegámos ao parque de estacionamento do Restaurante O Manjar do Marquês, já lá se encontravam meia dúzia de camaradas de armas.

A concentração tinha começado. Os participantes iam chegando entre abraços, as conversas disparavam, assim como as “bocas” de permeio. Muito rapidamente chegou a hora da foto de família que antecedeu a “tomada” dos lugares à mesa.

Antes do “repasto” proferi algumas palavras de improviso, congratulando-me com a presença dos combatentes, familiares e amigos da Companhia de Caçadores 2505. Apresentei as saudações amigas dos camaradas Abílio Lúcio, Álvaro Gonçalves, Ângelo Gabriel, A Marques Mendes, Fernando Reis, João Galinha Ferreira, J Carvalho, Joaquim Sarzedas, Malaquias Justino, J Alvarinho, Hilário Cruz e Vitorino Rodrigues, que por imperativos motivos não puderam estar presentes. Este ano tivemos a alegria, de contar com o António João Varão da Costa, um “maçarico” nos nossos encontros. Aproveitámos, também, para telefonicamente através do Carlos Mota, enviar à companhia irmã 2506 reunida em Penela, uma saudação amiga com votos de um bom convívio. Após o pronunciamento dos nomes dos nossos mortos em Angola e no continente, seguiu-se um minuto de silêncio.

As conversas continuavam com algumas trocas de lugares, formando-se vários grupinhos. Chegou a altura de com muita animação, partimos o bolo comemorativo com o logótipo do Batalhão, que foi acompanhado por um bom vinho espumante. Mais uma vez o J Simões se esmerou na escolha da ementa, que na vertente preço, qualidade e quantidade, fica o reconhecimento do Manjar do Marquês ser uma boa escolha.
O encontro 2015 da C Caç 2505 estava a chegar ao fim. No parque de estacionamento o M Costa, F Santos, H Borges, J Simões e eu próprio dávamos o último abraço de o mais tardar até para o ano.

Para mim, o M Costa e F Santos, o dia ainda não tinha acabado e iniciámos a viagem de regresso a Lisboa. Durante o percurso relembrámos as muitas estórias passadas nos quase vinte e sete meses de comissão, algumas delas, por tão insólitas, serem impossíveis de acreditar.

Chegámos a Lisboa perto das vinte horas. Foi um dia bem passado, que pelos participantes e pelas conversas, nos fizeram regressar aos nossos vinte e dois anos. Até para o ano.

JM

A CONVOCATÓRIA

C CAÇ 2505
CONVIVIO 2015                                                               
JOÃO MERCA                                                                         
LISBOA  
217973863-919099182  -  jotamerca@gmail.com                                                                                 
JOSÉ SIMÕS
COIMBRA
914373011  -  imoes.jml@gmail.com                                                                                                                    
                                                            
Lisboa, 15/04/2015

Assunto: Almoço Convívio 2015- 46º.Aniversário

No próximo dia 9 de Maio, irá realizar-se em POMBAL, no RESTAURANTE MANJAR DO MARQUÊS, mais um almoço convívio dos combatentes da C. Caç. 2505, do Batalhão 2872, que serviu em Angola nos anos de 1969 a 1971.

Para este evento estabelecemos o seguinte programa:

           10H00 – Início da concentração no Parque de Estacionamento do Restaurante
            12H30 – Tempo para as fotografias do grupo e outras
            12H45 – Algumas palavras da organização e  recordar os nossos mortos com um  minuto de silêncio.
            13H00 – Almoço 

Por uma questão logística, agradecemos que as inscrições tenham lugar impreterivelmente, até ao dia 05 do mês de Maio. Caso não possas estar presente e para uma confirmação/atualização de ficheiro, agradecemos que também o comuniques.

Picadas até ao objectivo:
Quem vem de sul pela A1, sai em Pombal; apanha a N1 (IC2) no sentido de Coimbra e anda cerca de 1 Km. É à direita. Quem vier de Norte, da A1 fará o inverso; Sai em Condeixa, segue na direcção de Pombal cerca de 20 Km. O restaurante é à esquerda.

Esperamos que todos os ex-camaradas da C Caç 2505, familiares e amigos apareçam em força em mais esta confraternização dos combatentes da nossa Companhia.

Visita o nosso blogue e torna-te  seguidor em:

                                 www.ccac2505.blogspot.com
Um abraço amigo

A Organização
                                                                                  

AS FOTOS

A CONCENTRAÇÃO
















A FOTO DE FAMÍLIA



O ALMOÇO 








O CONVÍVIO
















O BOLO




A DESPEDIDA









Reportagem JM

domingo, 18 de outubro de 2015

"FESTIVAL DA CANÇÃO DO DANGE 1969"

-TESTEMUNHO-

Na Messe de Sargentos, havia um gira-discos e várias dezenas de discos. O nosso tempo, nos intervalos entre operações, patrulhamentos e missões às fazendas Maria Fernanda e Maria Manuela, uns ouviam música, outros dividiam-se entre a música e a “batota” ou jogavam simplesmente às cartas, sempre na companhia das inevitáveis bebidas, que não faltavam no nosso Bar. Assim passávamos o tempo até altas horas.

BAR DA MESSE DE SARGENTOS NO DANGE
Certa noite, ouvindo música, decidimos fazer um “Festival da Canção”, não me lembro de quem foi a ideia, talvez tenha sido do Whisky! Escolhemos cerca de 20 canções, fomos ouvindo uma a uma, durante mais de 1 hora. Passámos à votação, cada um votava na sua canção preferida. Quando chegou a vez do Furriel Zé Simões, verificámos que se encontravam empatadas 3 canções “Non Ho L’Eta” (vencedora do Festival Eurovisão da Canção 1964) de “Gigliola Cinquetti,  “When a Man Loves a Woman” (canção de 1966) de “Percy Sledge” e  "Monia" (canção de 1968) de Peter Holm.

Contávamos, nessa noite, com a presença de uma figura ilustre que nos visitava com alguma regularidade, em serviço ou por amizade, o Doutor Abílio Mendes. Antes de continuarmos o nosso testemunho, convém falar um pouco, quem era o Doutor Abílio Mendes: alferes médico, que ao contrário da maioria dos oficiais médicos (colocados nas cidades ou nos hospitais militares), não beneficiava dos favores dos Altos Comandos; destacado na região dos Dembos (a menos de 4 KM do nosso acampamento), numa zona onde só havia mato; fazia parte da Companhia de Cavalaria “Os Centauros” estacionada junto à Ponte do Dange; gostava de confraternizar com os furriéis e sargentos da nossa companhia; visitava-nos com alguma frequência, e, a qualquer pretexto ali pernoitava; gostava do seu whisky; tinha um compleição gorducha e estava sempre bem disposto; era irmão do músico Carlos Mendes, que formara com Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Fernando Chaby e Jorge Barreto, “Os Sheiks”  (apelidados na altura de “Beatles Portugueses”).

Agora que já sabemos quem era o nosso convidado especial, vamos continuar o nosso testemunho. Enquanto o Furriel Zé Simões tentava justificar a sua escolha, com argumentos que mais pareciam uma declaração de voto, o nosso Doutor interrompia-o com esta frase “Eh pá põe lá os Sheiks”, o Zé Simões tinha de voltar ao princípio na sua argumentação, isto aconteceu não sei quantas vezes, sempre com a mesma frase “Eh pá põe lá os Sheiks”,… finalmente terminámos a votação, e foi declarada como grande vencedora a canção “Non Ho L’Eta” de “Gigliola Cinquetti”. Esqueci por completo o que terá dito, o Furriel Zé Simões para justificar a sua escolha.

Depois de Sanremo - Itália e Copenhaga - Dinamarca, era agora a vez do Dange – Dembos/Angola, o terceiro “Festival”, em que esta canção triunfava. Como estava “regulamentado” e previamente combinado, a canção vencedora voltaria ao “palco” para receber os aplausos do público (que éramos todos nós), mas lá vinha a voz arrastada do nosso médico, já bem aviado com Whisky, “Eh pá põe lá os Sheiks”,… escusado será dizer que tivemos de ouvir durante a noite, aquele conjunto, várias vezes.

Terminado o serão, alguns amigos furriéis, que a esta distância de 46 anos, não me recordo quem foram, “transportaram” o amigo médico até aos aposentos do 1º Sargento Fernando Reis, onde pernoitou…

Chegou assim ao fim o “Festival da Canção do Dange 1969”. Se alguém se lembrar de outros pormenores deste ou de outros acontecimentos, pode fazê-lo nos comentários ou de preferência em novo testemunho.

LOCAL ONDE SE REALIZOU O "FESTIVAL DA CANÇÃO DO DANGE 1969"
Texto: Fernando Santos

domingo, 11 de outubro de 2015

BREVE NOTÍCIA

-NOTÍCIA-
Após um largo período de ausência informamos os nossos seguidores, que muito em breve vamos voltar ao vosso convívio.

Esta ausência deveu-se a vários e imperativos motivos, mas de novo aqui estamos, agradecendo o vosso acompanhamento, mas também, solicitando a todos os combatentes, familiares e amigos da C Caç. 2505 que connosco  partilhem os testemunhos vividos ou que tenham conhecimento, assim  como também, nos enviem os vossos esperados comentários.

Bem hajam 
Cumprimentos
JM


domingo, 3 de maio de 2015

ENCONTRO 2015 C CAÇ 2505

-NOTÍCIA-
Caros Camaradas de Armas, Familiares e Amigos

Como vem acontecendo há alguns anos, o Encontro dos Combatentes da nossa Companhia, tem lugar no sábado anterior ou posterior, ao dia 8 de Maio, data da nossa partida, para a então província ultramarina de Angola.

Assim, relembramos, esperando a vossa comparência no Almoço/Convívio de 2015, que terá lugar no próximo dia 9 de Maio, com concentração pelas 10H00, no parque de estacionamento do Restaurante O Manjar do Marquês em Pombal.

Um Abraço Amigo

JM

sexta-feira, 3 de abril de 2015

PÁSCOA 2015


A todos os combatentes, familiares e amigos
da C Caç2505, votos de uma
PÁSCOA FELIZ